Deixa eu te explicar como funciona. Pra mim, ela ultrapassa essa concepção de desilusão ou desengano; vai adiante, bem além. É mais que raiva, é mais que mágoa, é até mais que ela própria e ao mesmo tempo todos os sentimentos misturados.
Eu não me enganei, não criei uma projeção do que eu queria. Você me mostrou tudo que eu vi e me disse que eu poderia tocar, pegou na minha mão e me guiou dizendo que era real. Mas a tal realidade era outra, e eu descobri que só tinha uma impressão sobre você. Rápido como quem transforma água em vinho, você transformou o que era tão real pra mim, nesse personagem que hoje você é. Vivendo de vontades e roteiros cheios de falso romantismo.
real, descobri também que esse papel vinha sendo dramatizado pra mim há tempo. Não me ponho como vítima, só como mais um personagem. Me pergunto quantas vezes eu -inconscientemente- estive do outro lado, apenas acreditando. Deve ser mesmo mais do que eu posso entender. Ser hoje e não ser amanhã. Ter dois pensamentos, duas -ou mais- vontades, duas palavras... acho que isso se resume em vaidade, em egoísmo.
Mas não é essa, porém, a hipótese da causa...
Quando eu descobri que esse personagem é o você É mais do que eu quero entender.
Eu não consigo ter raiva de você, nem de mim; não sinto tristeza, eu não lhe permito tanto. O que eu sinto por você é só decepção, aquela nossa velha conhecida.
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